Os mercados acionários chineses entraram em baixa, com o índice FTSE China A50, detendo as 50 maiores empresas com ações A-share por capitalização de mercado, queda de 24% em relação ao pico de fevereiro.
Uma repressão inesperada às empresas privadas de ensino que ensinam o currículo escolar básico na China foi a mais recente intervenção no mercado pelos reguladores chineses, que estão cada vez mais repressores nos últimos meses, segundo informações do Washington Post. O que um evento como este significa e sinaliza para o restante do mercado? Levanta preocupações de que a regulamentação será imposta a outros setores também e é um claro lembrete de que a China continua sendo uma economia centralmente planejada. A forte presença de reguladores chineses significa que os investidores exigem um prêmio de risco mais alto para as ações chinesas.
A interferência do governo não é apenas uma má notícia para as ações chinesas. A China tem um peso de cerca de 40% no MSCI Emerging Markets Index, que caiu mais de 12% desde o pico de fevereiro e apagou todos os ganhos deste ano, segundo análises da Investing.
As perspectivas para os mercados emergentes já eram menos favoráveis em comparação com as ações de mercados desenvolvidos. Menos estímulo fiscal, um número crescente de bancos centrais apertando a política monetária, um dólar americano mais forte e, por último, mas não menos importante, a vacinação lenta fornecem ventos contrários significativos. Continuamos sub- ponderados em ações de mercados emergentes em relação a ações de mercados desenvolvidos.
Fonte: Tradingview
A onda vendedora de ações de empresas chinesas na mira do governo de Pequim se espalhou para os mercados de títulos e de câmbio na terça-feira em meio a rumores de que fundos dos Estados Unidos estão se desfazendo de ativos da China e de Hong Kong.
O temor de que os EUA também poderiam restringir investimentos na China e em Hong Kong foi outro fator de pressão nas negociações no final da tarde de segunda (26) na Ásia, o que voltou a acelerar as vendas, segundo a Bloomberg.
O índice Hang Seng Tech, um indicador de empresas chinesas listadas em Hong Kong, chegou a cair 10%, enquanto o yuan atingiu a menor cotação desde abril em relação ao dólar. Nem mesmo os títulos chineses escaparam da onda de vendas. No instante dessa redação, todos os mercados operam em baixa:
fonte: Yahoo!Finance
Pressão de venda sobre o Bitcoin
O rali do Bitcoin durou exatamente até a divulgação das primeiras quedas nas bolsas de Xangai e Hong Kong, fazendo o criptoativo recuar da faixa dos US$ 38 mil para retornar durante algumas horas para a faixa dos US$ 37 mil. No instante dessa redação o Bitcoin voltou a ser negociado a US$ 38 mil e acumula uma queda de 1.2%. Mas no acumulado de 7 dias, acumula uma valorização de 23%, segundo dados da Coingecko.
Outro fator que impactou o rali do Bitcoin foi a declaração da Amazon em negar que esteja planejando aceitar o criptoativo como meio de pagamento. O que esfriou os ânimos dos touros, justamente porque o mesmo rumor de que a Amazon passaria aceitar o Bitcoin como meio de pagamento criou uma onda de otimismo que levou o Bitcoin à máxima de US$ 40 mil no domingo (25).
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